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Deputado Dudu Holanda vai homenagear o ex-presidente Lula

Proposta será levada à apreciação pelos colegas deputados em sessão plenária.

O deputado estadual Dudu Holanda (PMN) irá apresentar requerimento, durante sessão plenária na Assembleia Legislativa de Alagoas, a fim de ver aprovada a convocação de uma sessão especial por meio da qual o também ex-vereador entregará o título de cidadão honorário da cidade de Maceió ao presidente mais popular da história, o ex-torneiro mecânico e sindicalista Luis Inácio Lula da Silva – que assumira a Presidência da República por dois mandatos (2002 – 2010), período no qual contribuiu decisivamente à melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro, tendo sido o principal responsável pelo desenvolvimento econômico e social pelo qual passa o País.

“Trata-se de uma justíssima homenagem a quem tanto fez por nosso povo”, justifica o deputado, acrescentando que a solenidade ‘será uma excelente oportunidade de fazer com que o presidente Lula finalmente conheça de perto as belezas naturais de nossa terra’.

“Quero levá-lo ao povoado Massagueira, em Marechal Deodoro, para que ele conheça a riqueza de nossa culinária, mostrando-lhe tudo o que temos de melhor. Nas últimas passagens do ex-presidente Lula por nosso Estado, quando de sua vinda para a assinatura de ordem de serviço da duplicação da BR-101 e para o anúncio de ajuda federal aos municípios alagoanos devastados pelas enchentes de junho, ele se queixou do fato de ainda não conhecer as praias alagoanas. Tenho absoluta certeza de que conseguirei a aprovação unânime desta iniciativa”, emenda o deputado estadual.

Histórico 

Luiz Inácio Lula da Silva, natural de Caetés, município do Agreste pernambucano, tornou-se o trigésimo quinto presidente da República Federativa do Brasil, exercendo dois mandatos consecutivos, de janeiro de 2003 a dezembro de 2010, vindo a deixar o Palácio do Planalto com 64 anos de idade, a maioria dedicados à busca pela melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro. É co-fundador e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores (PT), pelo qual se elegeu presidente – o primeiro nordestino –, depois de cinco incansáveis tentativas.

Devido à enorme popularidade, não demorou muito para Lula passar a rivalizar, inclusive, com o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, o primeiro negro a comandar a maior potência do planeta e que chegara a chamar Lula de ‘O Cara’. Já em 2009, foi considerado o ‘homem do ano’ pelos jornais Le Monde e El País, ‘pela característica habilidade política que o consagrou como o líder mais popular do Brasil’.

A consagração veio quando de sua participação no Fórum Econômico Mundial de 2010, realizado em Davos, na Suíça, onde recebeu a inédita premiação de Estadista Global, pela atenção dispensada a questões como o meio ambiente, erradicação da pobreza e redistribuição de renda.

O ‘profeta do diálogo’ – assim chamado por também ter se engajado em causas internacionais, como a busca pela paz no Oriente Médio – logo passou a figurar como um dos 25 líderes mais influentes do mundo, segundo matéria da revista Time, sendo ainda condecorado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o campeão mundial na luta contra a fome e a desnutrição infantil.

Infância

Lula é o sétimo de oito filhos de Aristides Inácio da Silva e Eurídice Ferreira de Melo – isso sem contar duas crianças mais velhas que faleceram com pouca idade, além de gêmeos caçulas, que morreram ainda recém-nascidos. Restando poucos dias para sua mãe lhe trazer ao mundo, o pai decidiu tentar a vida como estivador em Santos, no litoral de São Paulo. 

Em 1952, quando Lula tinha apenas sete anos de idade, Eurídice decidiu migrar para São Paulo com seus filhos para se reencontrar com o marido. Após treze dias de viagem em um transporte regionalmente conhecido como ‘pau de arara’, mãe e filhos chegaram ao destino e tiveram que dividir a convivência de Aristides com sua segunda família, constituída no Sudeste do país.

Contudo, a difícil convivência com Aristides (que era extremamente rigoroso com seus filhos) levou Eurídice a sair de casa com os mesmos, mudando-se, em 1954, para a capital paulista, onde passou a viver em um cômodo localizado atrás de um bar da Vila Carioca. Lula e seu irmão, José Ferreira de Melo – o Frei Chico – ainda permaneceram morando algum tempo com o pai, junto com sua segunda família, mudando-se para São Paulo somente em 1956. Passado o tempo, Lula quase não reencontrou o pai, vindo a ser informado sobre sua morte em 1978, vários dias após o sepultamento, quando enterrado como indigente.

Trabalho

Ainda com sete anos de idade, Lula começou a trabalhar, incentivado pelo pai – que era analfabeto –, vendendo laranja no cais de Guarujá. À época, Lula ainda tinha a tarefa de caminhar quilômetros para buscar água de poço para a segunda mulher de Aristides.

Já aos 12 anos, passou a trabalhar em uma tinturaria, incrementando assim a renda familiar. Ainda adolescente, também trabalhou como engraxate e auxiliar de escritório. Já com 14 anos, começou a trabalhar, pela primeira vez com carteira assinada, nos Armazéns Gerais Columbia, vindo a conseguir uma vaga em curso técnico de torneiro mecânico, empregando-se, em 1963, na metalúrgica Independência, onde trabalhava no turno da noite. Foi ali que uma prensa hidráulica esmagou seu dedo mínimo da mão esquerda.

Casamentos e filhos

Em 24 de maio de 1969, Lula se casou com a operária mineira Maria de Lourdes da Silva, irmã de seu melhor amigo, Jacinto Ribeiro dos Santos, o ‘Lambari’. Lourdes contraiu hepatite no oitavo mês de gravidez, em junho de 1971, vindo a falecer quando os médicos decidiram fazer uma cesariana para tentar salvar mãe e filho, que também não sobreviveu. Em 1974, casou-se com a então viúva Marisa Letícia da Silva, vindo anos depois a adotar o filho dela, Marcos Cláudio, que nem chegara a conhecer o pai biológico. O casamento de mais de trinta anos com Marisa gerou três filhos: Fábio Luís, Sandro Luís e Luís Cláudio.

Sindicalista

Antes disso, porém, mudou-se para São Bernardo do Campo, onde, em 1968, filiou-se ao Sindicato dos Metalúrgicos. Apesar de à época não dispor de qualquer vivência sindical, já era apontado como uma pessoa com grande carisma e espírito de liderança. Convencido a integrar os quadros do PCB, foi eleito, em 1969, para a diretoria do sindicato dos metalúrgicos daquela cidade, vindo a ser eleito presidente em 1975. Ganhou projeção nacional ao liderar reivindicação de reajuste salarial à categoria, coordenando movimentos grevistas e ignorando a repressão da ditadura militar.

Foi quando lhe surgiu a ideia de fundar um partido representante dos trabalhadores, juntando-se, em 1980, a intelectuais, católicos militantes da Teologia da Libertação e artistas para formar o Partido dos Trabalhadores (PT). Lula ainda chegou a ser detido por 31 dias, em virtude de seus posicionamentos, no curso de uma greve no ABC Paulista, por determinação do então ministro do Trabalho, o general João Batista Figueiredo.

Dois anos depois, Lula perdeu sua primeira eleição, quando candidato ao governo de São Paulo. Já em 1984, participou da campanha Diretas Já, que clamava pela volta de eleições presidenciais diretas no país, vindo a ser eleito deputado federal em 1986, com a maior votação para a Câmara até então, tendo participado ainda da elaboração da Constituição Federal de 1988.

Um tanto quanto desencantado, Lula não se candidatou à reeleição para deputado, preferindo lançar candidatura somente em 1989, quando sofreu sua primeira derrota na tentativa de chegar à Presidência da República, na primeira eleição direta desde o golpe militar de 1964. Apesar da derrota, Lula manteve sólida a sua liderança no PT, bem como o seu prestígio internacional junto aos partidos de esquerda latino americanos.

Em 1992, Lula apoiou o movimento pelo impeachment do presidente Fernando Collor, que renunciou ao cargo no final daquele ano. Dois anos depois, Lula voltou a se candidatar à Presidência e foi novamente derrotado, ainda no primeiro turno, dessa vez pelo candidato do PSDB, Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, Lula saiu pela terceira vez derrotado como candidato à presidente, em uma eleição novamente decidida no primeiro turno.

A desvalorização do real, em janeiro de 1999, além de deficiências administrativas – como as que permitiram o apagão de 2001 – observadas durante o segundo mandato de FHC, fortaleceram a posição eleitoral de Lula nos quatro anos seguintes. Em 27 de outubro de 2002, Lula foi eleito presidente do Brasil, derrotando o candidato apoiado pela situação, o ex-ministro da Saúde e então senador pelo Estado de São Paulo, o tucano José Serra.

No seu discurso de posse, emocionado, Lula – que veio a se reeleger em 2006, derrotando o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, também do PSDB, com mais de 60% dos votos válidos – afirmou: “E eu, que durante tantas vezes fui acusado de não ter um diploma superior, ganho o meu primeiro diploma, o diploma de presidente da República do meu país”.

O governo Lula

Na área econômica, a gestão do Governo Lula é caracterizada pela estabilidade e por uma balança comercial superavitária, sendo ainda marcada pelo incremento na geração de empregos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente de 2003 a 2006, o total de empregos sem carteira assinada diminuiu 3,1%.

Não demorou muito e o Governo Lula veio a se notabilizar também pelo controle das metas de inflação de longo prazo, motivo pelo qual alcançou crescimento a taxas maiores do que as observadas no governo anterior, com um crescimento médio anual do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,35%, contra 2,12% médios do segundo mandato de FHC.

As melhores condições de renda e crédito também incrementaram o desempenho da Indústria, com destaque para os recordes de produção do setor automotivo, além do setor de Construção Civil. Em 2008, a crise financeira mundial originada nos Estados Unidos atingiu o Brasil, mas devido à força de seu desempenho econômico, o PIB nacional terminou aquele ano com uma taxa de expansão de 5,1%.

Já em seu segundo mandato, o presidente Lula fortaleceu políticas que se tornaram essenciais à sobrevivência do trabalhador brasileiro, como o Bolsa Família, por exemplo. Lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um conjunto de medidas que visa à aceleração do ritmo de crescimento da economia brasileira, com previsão de investimentos de mais de 500 bilhões de reais até o final deste ano.

Outra grande iniciativa foi a elaboração do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que estabelece o objetivo de nivelar a educação brasileira com a dos países desenvolvidos até 2021. Além deste, o Pronasci (Programa Nacional de Segurança com Cidadania) é outra inovadora ideia do Governo Lula, buscando, entre outras medidas, a criação de um piso salarial nacional para policiais civis e militares e um programa de habitação para os mesmos policiais, a fim de retirá-los das áreas de risco.

Política externa

A forte atuação no setor gerou resultados diretos na ampliação do comércio brasileiro com diversos países e na consequente diminuição da dependência dos Estados Unidos e da União Europeia nas exportações brasileiras. Tal orientação resultou em um crescimento inédito de tais exportações: em sete anos de governo Lula, elas totalizaram 937 bilhões de dólares.

Além disso, o presidente Lula tem visitado e já recebeu visitas de vários líderes internacionais, como Shimon Peres, presidente de Israel, e Mahmoud Abbas, presidente do Estado Palestino. Sob o comando do petista, o Brasil também prestou importante auxílio a países que passaram por grandes tragédias no início de 2010. Em janeiro, ajudou as vítimas do terremoto no Haiti, enquanto que no mês seguinte, prestou auxílio às vítimas de terremoto no Chile.

Prêmios e Honrarias

Desde 2003, quando assumiu a presidência pela primeira vez, Lula acumula quase 300 condecorações. Entre elas, destacam-se as seguintes:

  • Grã-Cruz das Ordem do Mérito Militar, Ordem do Mérito Naval e Ordem do Mérito Aeronáutico, perpetuamente;
  • Grão-Colar da Ordem do Cruzeiro do Sul e da Ordem do Rio Branco;
  • Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito;
  • Grã-Cruz da Ordem do Mérito Judiciário Militar;
  • Grã-Cruz da Ordem da Águia Asteca (México);
  • Grã-Cruz da Ordem Amílcar Cabral (Cabo Verde);
  • Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada (Portugal);
  • Grã-Cruz da Ordem da Estrela Equatorial (Gabão);
  • Grã-Cruz de Cavaleiro da Ordem do Banho Reino Unido;
  • Grã-Cruz da Ordem de Omar Torrijos (Panamá);
  • Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito (Argélia);
  • Grande-Colar da Ordem da Liberdade (Portugal);
  • Grã-Cruz da Ordem de Boyacá (Colômbia);
  • Grão-Colar da Ordem Marechal Francisco Solano López (Paraguai);
  • Grão-Colar da Ordem da Inconfidência (Minas Gerais);
  • Grã-Cruz da Ordem do Mérito Aperipê (Sergipe);
  • Medalha do Mérito Marechal Floriano Peixoto (Alagoas);
  • Medalha do Mérito 25 de Janeiro, de São Paulo;
  • Medalha do Mérito Industrial do Brasil (Associação Brasileira de Indústria e Comércio);
  • Prêmio Príncipe de Astúrias (Espanha);
  • Prêmio Amigo do Livro, da Câmara Brasileira do Livro;
  • Prêmio Internacional Don Quixote de la Mancha (Espanha);
  • Doutor honoris causa pelas Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Estadual de Montes Claros, Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (École d’Hautes Études en Sciences Sociales, SciencePo), Universidade Duke (Estados Unidos), Universidade de Santiago de Compostela (Espanha), e pela Fundação Oswaldo Cruz;
  • Medalha de Ouro “Aliança Internacional Contra a Fome”, do Fundo das Nações Unidas contra a Fome;
  • Prêmio pela paz Félix Houphouët-Boigny da UNESCO, 2008;
  • Estadista Global entregue pelo Fórum Econômico Mundial em sua edição 2010, ocorrida em Davos – Suíça;
  • Prêmio L ‘homme de l ‘année (Homem do Ano), entregue pelo jornal Le Monde (França), edição 2009;
  • Prêmio Personalidade do Ano de 2009, entregue pelo jornal El País (Espanha).