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Dudu concede entrevista ao programa Canal Aberto, da TV Mar

Deputado falou sobre importância da geração de empregos e de se investir em Segurança.

O deputado estadual Dudu Hollanda (PMN) concedeu entrevista aos apresentadores do programa Canal Aberto, da TV Mar, a quem discorreu sobre os mais diversos assuntos relacionados ao desenvolvimento econômico e social de Alagoas. Na oportunidade, o parlamentar foi indagado sobre problemas relacionados à segurança pública, bem como sobre a importância da geração de emprego e renda na capital e interior do Estado, tendo também se posicionado contrariamente ao aumento do número de vereadores em Maceió, afirmando que irá se engajar em outra discussão na Assembleia Legislativa: a necessidade de se buscar os motivos pelos quais o preço do GNP, o gás natural, é mais caro em Alagoas do que em outros estados, quando o município do Pilar é produtor.

A conversa teve início com debate acerca da importância da união da bancada federal pelo desenvolvimento de Alagoas, a fim de que os políticos ‘desarmem o palanque’. “No início da década de noventa, quando o senador Fernando Collor foi presidente da República, o país se abriu para o mercado internacional, e então o Brasil foi beneficiado com o advento das tecnologias. Depois veio a Sudene para desenvolver a região Nordeste e a eleição do presidente Lula para então consolidar um mandato em favor do povo, tendo sido o gestor que mais investiu em Alagoas. Com isso, conclamo à bancada alagoana em Brasília que trabalhe conjuntamente, de modo que continuemos a colher frutos com o trabalho de senadores como Benedito de Lira e Renan Calheiros, além da contribuição do deputado federal João Lyra, que está entre os que mais ajudaram o Estado”, avaliou o deputado.

Já com relação ao desenvolvimento de Maceió, município pelo qual trabalhou por quatro mandatos quando vereador, Dudu salientou que o desenvolvimento teve início, de fato, a partir da gestão do ex-prefeito Ronaldo Lessa, em 1992. “Cada um deu sua contribuição. Depois vieram Kátia Born e Cícero Almeida, que, com muita capacidade, executou as obras de que a capital necessitava, dentre as quais algumas já haviam sido projetadas na gestão anterior”, reforçou o deputado, que também foi questionado acerca da situação jurídica de sua nova legenda, o Partido Social Democrático (PSD).

Segundo ele, a sigla já possui 67 diretórios municipais em Alagoas, já tendo alcançado os 27 estados da Federação, sendo que, em 17 deles, os líderes partidários em cada região já protocolaram a documentação necessária junto à Justiça eleitoral.  “Estamos agora aguardando a criação oficial pelo TSE, para, com a homologação, conquistarmos então o número trinta como a marca do partido já para a eleição vindoura, no próximo ano”, comentou o deputado, lembrando que o PSD já abraça 55 deputados federais, dois senadores (Kátia Abreu-GO e Sérgio Petecão-AC), cinco vice-governadores, o governador do Amazonas, Omar Aziz, além de inúmeros deputados estaduais, prefeitos e vereadores em todo o país.

“A partir do momento da criação oficial, poderemos criar ainda mais diretórios, já que, neste momento, assinamos a carta de intenção, priorizando os políticos detentores de mandato. Faremos isso até o dia trinta de setembro, quando vence o prazo de filiação, a fim de que todos possam, se assim desejarem, lançar candidatura no pleito de outubro do próximo ano”, explicou Dudu Hollanda, esclarecendo ainda que não há qualquer risco de punição por infidelidade partidária.

“Não me desfilei sem justa causa do PMN, já que parlamentar só pode trocar de partido em três situações: quando da incorporação ou fusão partidária, quando da troca ou mudança do regimento interno do partido, ou no surgimento de outro partido. Então estamos seguindo o item três da resolução vigente”, esclareceu o deputado estadual, afirmando já apoiar sua base política em municípios do interior visando às eleições municipais.

“Apoio a prefeita de Flexeiras, Silvana Cavalcante, a de Porto Real do Colégio, Rita Bonfim, a de Santa Luzia do Norte, Maria de Fátima, o de Marimbondo, José Márcio, além do vice-prefeito de do Pilar e sucessor do prefeito Oziel Barros, Renato Rezende, além do prefeito de Marechal, Cristiano Matheus, e do vereador mais votado de Satuba, Paulo Acioli, candidato a prefeito naquele município”, revelou o também quarto secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas.

“Também apoio meu pai [Antônio Holanda], que será candidato a vereador, e também meu tio [Francisco Holanda], neste caso, à reeleição. Vamos discutir posteriormente a majoritária, a fim de que aguardemos o posicionamento do PSD”, complementou Dudu, que também falou sobre os investimentos do Governo do Estado no tocante à geração de emprego e renda.

Desenvolvimento

Aos telespectadores da TV Maceió, Dudu disse estar visitando o secretário de Planejamento e Desenvolvimento, Luiz Otávio Gomes, a fim de conhecer as iniciativas pelo coordenador da pasta que cuida da atração de investimentos para o Estado. “O governador Teotonio Vilela tem objetivado o desenvolvimento econômico, com atração de investimentos e geração de emprego e renda. Isso é muito importante, já que o Governo tem dado incentivo às dezenas de indústrias que aqui se instalam, desenvolvendo os pólos de Marechal e do Pilar”< destacou Dudu Hollanda, afirmando também ser um defensor das chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), modelo que o governo estadual ‘copiou’ do Rio de Janeiro, instalando, em comunidades da capital onde o índice de criminalidade era considerado alto, as Bases Comunitárias, com a mesma filosofia de policiamento comunitário adotado nas favelas cariocas.

“Conheço o secretário de Defesa Social, coronel Dário César, e sei de sua capacidade. A polícia está avançando em comunidades cujo índice de criminalidade é alto, aproximando população e polícia militar, combatendo o tráfico de drogas e fomentando a polícia cidadã para também educar nossa juventude. Lembro-me que, logo em seu primeiro mandato, o governador criou a Secretaria da Paz, focando a questão do tratamento de dependentes químicos, por meio de trabalho em parceria com a Assistência Social. É preciso de fato mais investimento em educação, ocupando os espaços ociosos das crianças e evitando a vulnerabilidade das mesmas à ação dos traficantes. Mas somado a isto, temos avanços como o Bolsa Família, do governo federal e que já representa muita coisa para as pessoas carentes, de modo que elas possam ter uma alternativa de renda mediante uma situação de crise”, analisou.

Estaleiro

Já com relação à polêmica em torno da instalação do Estaleiro Eisa S.A. em Alagoas, o deputado estadual afirmou acompanhar o processo da liberação do licenciamento ambiental para início das obras, em Coruripe, do empreendimento que pretende gerar cerca de 10 mil empregos diretos.

“A prefeitura de Coruripe deu o terreno, os incentivos foram criados pelo governo, mas surgiu o impasse acerca do licenciamento ambiental pelo Ibama. Acredito que de fato se trate de uma questão ambiental, apesar de a questão política ainda se encontrar associada, já que a indicação de Sandra Menezes [superintendente do Ibama] foi política. Não há como negar. Mas sei que ela não quer impedir o desenvolvimento de Alagoas. Creio que o impasse seja burocrático. E vejo muitos mais benefícios do que prejuízo, porque as pessoas terão emprego, desenvolvendo, principalmente, a região sul do nosso Estado”, avaliou Dudu.

Quando o assunto é desenvolvimento, de modo que se trabalhe sem considerar alianças ou desavenças políticas, Dudu Hollanda costuma lembrar o prefeito Cícero Almeida. “Sempre cito o exemplo de Maceió, cujo desenvolvimento se consolidou com Cícero. Mas alagoas já se encontra preparada para receber ainda mais indústrias, sempre buscando formas de incentivar a vinda das mesmas”, salientou o deputado.

CPI da TIM

Dudu também foi indagado acerca da CPI da TIM, comissão da qual o deputado faz parte e que foi criada com o intuito de investigar a ‘qualidade’ do serviço prestado pela operadora de telefonia em Alagoas. “Já ouvimos vários órgãos a respeito das constantes reclamações pela população em geral, como PROCON, Ordem dos Advogados, Ministério Público e Agência Nacional de Telecomunicações, a quem solicitamos um relatório acerca dos serviços da TIM no Estado. Com o apoio da população, conseguiremos os resultados, já que ela pode participar, criticando ou sugerindo algo sobre o assunto por meio de link disponibilizado no site da Assembleia [clique aqui]”, reforçou.

O deputado lembrou ainda que a CPI é presidida pelo deputado Ricardo Nezinho (PTdoB), natural de Arapiraca e onde surgiram as primeiras queixas. “Percebi algumas vezes certas panes inclusive na capital e por isso subscrevi o documento de criação da CPI para que eu pudesse dar minha contribuição. Posteriormente, poderemos investigar outras operadoras, mas a TIM é a mais antiga em operação no Estado e que possui maior número de clientes, por isso as atenções agora se voltam para ela”, explicou.

Perfil diferente

Já quando questionado sobre o fato de a presidenta Dilma Rousseff enfrentar crise neste início de mandato, com a exoneração de vários ministros, Dudu afirmou considerar que a petista possui um perfil diferente daquele que a população brasileira se acostumou, com o ex-presidente Lula no poder. “Acho que Dilma tem um perfil diferente do presidente Lula. Quando ela era ministra da Casa Civil, ela percebia os desmandos que ocorriam nos bastidores do governo Lula, mas nada podia fazer. Ela está apurando e, quando preciso, exonerando as pessoas suspeitas, o que é correto. Lula veio do povo, dono de uma popularidade e sabedoria muito grandes. Ele era mais aberto, simpático, enquanto que Dilma é mais combativa”, comparou o deputado, afirmando que a presidenta possa estar afastando a equipe do ex-presidente para colocar a sua, na íntegra. “Sabemos que ela foi eleita graças ao trabalho do Lula, mas ela tem um perfil diferente, o que é respeitável”, reforçou.

Aumento de vereadores

Já com relação à possibilidade de aumento do número de vereadores em Maceió, de 21 para 31 vagas, o deputado e ex-presidente da Câmara Municipal disse ser contra, reportando-se a Censo do IBGE apontando que Maceió teria pouco mais de 900 mil habitantes. “Quando recente discussão a esse respeito, alteraram a Lei Orgânica para aumentar de vinte e um para vinte e nove vereadores. Quando fui eleito presidente, em dois mil e oito, vetei este projeto e hoje continuo contrário porque ainda não fui convencido de que a capital mereça tal aumento, já que não ultrapassou um milhão de habitantes”, ponderou o deputado, afirmando que, se Maceió possuir 970 mil habitantes, aí sim seria tolerável uma mudança para até 25 vagas, a partir de 2013.

“Fui um vereador diferente, sem me restringir a projetos sobre denominação de ruas e praças. Quando se fala em Benedito Bentes, por exemplo, as pessoas recordam a minha atuação, pois, tenho muito serviço prestado em vários bairros, dos quais encaminho os requerimentos ao Executivo. Sempre fui governista, mantendo uma boa relação, por exemplo, com o prefeito Cícero Almeida, para garantir as melhorias de que a comunidade necessita, como quadras de esporte, creches e postos de saúde”, avaliou.

Eletrobrás, combustíveis e GNP

Na mesma entrevista, Dudu Hollanda falou ainda sobre o trabalho acerca da fiscalização em torno dos preços abusivos dos combustíveis em Alagoas – motivo pelo qual a população chegou a protestar, este ano, nas ruas da capital. “A Câmara de Maceió e Assembleia Legislativa já apuram a questão por meio de CPIs. Já participei, em outros momentos, quando vereador, da mesma discussão. O problema é que os proprietários de postos de combustíveis alegam que o preço é mais caro em Maceió devido à tributação”, comentou o deputado.

Ddu explicou ainda que não teria como participar da CPI dos Combustíveis na Assembleia por já fazer parte da CPI da TIM, compondo ainda a 8ª comissão permanente, que é a de Fiscalização e Controle, por meio da qual também fiscaliza os problemas recentemente registrados na cloroquímica Braskem, no Pontal da Barra, em Maceió [onde explosões foram registradas, afetando centenas de moradores da região], ‘sem a necessidade de abertura de uma CPI’

Já com relação ao serviço prestado pela Eletrobrás Distribuição Alagoas, Dudu afirmou ser um absurdo uma cidade como Maceió enfrentar apagões como o registrado em agosto passado. “É um absurdo porque podemos dizer que, em Alagoas, temos duas hidrelétricas, a Paulo Afonso e a de Xingó. Elas têm capacidade para atender toda a região Nordeste”, salientou o deputado, assegurando também que irá apurar os questionamentos acerca do preço do gás natural, o GNP, ‘a fim de que possamos descobrir o motivo de o preço de venda do produto final ser mais caro, quando Alagoas produz seu próprio gás’.

Bico Legal

Por fim, quanto à polêmica em torno do projeto de autoria do vereador Galba Novaes (PRB), denominado ‘Bico Legal’ – que pretende legalizar o trabalho extra realizado pelo agente de segurança pública em Alagoas –, o deputado disse ainda se posicionar terminantemente contrário por considerar o termo pejorativo e por entender que o policial precisa ser melhor remunerado, ao invés de submetido a um trabalho extra como forte de complemento à renda mensal.

“O vereador Galba pode abrir a discussão e encaminhá-la à Assembléia. Eu não concordo com o termo bico legal. Como deputado também e principalmente de Maceió, coloco-me à disposição para que a discussão seja ampliada no âmbito do legislativo estadual, ouvindo as associações e fazendo o encaminhamento correto. Já aprovei uma sessão especial para discutir a segurança pública em alagoas, para que secretário preste contas acerca do que está sendo feito. Continuo a cobrar mais barreiras nas divisas de alagoas, a fim de possamos evitar a entrada de armas e drogas, para que cada motorista se sinta mais seguro ao parar em uma blitz. Os taxistas, por exemplo, serão muito beneficiados porque exercem uma profissão de risco”, emendou o deputado, reforçando que a Câmara ‘não pode legislar sobre segurança pública’.

“Mas me coloco à disposição do debate. O trabalho extra é clandestino. Trata-se de um desvio de função, já que os policiais devem se dedicar unicamente ao serviço público, ao invés de comprometer sua principal atribuição”.