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Dudu quer regular a realização de vaquejadas em todo o Estado

Projeto prevê obrigatoriedade da presença de médico veterinário em eventos do tipo.

O deputado estadual Dudu Hollanda (PSD) apresentou, nessa quarta-feira (12), projeto de lei por meio do qual busca regular a realização de rodeios e vaquejadas em todo o Estado, a fim de que os adeptos do esporte possam ofertar mais segurança em eventos do tipo, com a presença e fiscalização de um médico veterinário, além da prévia comunicação (com antecedência mínima de sete dias) aos órgãos competentes, como a Vigilância Sanitária. O objetivo, segundo o presidente em exercício do PSD em Alagoas, é fortalecer o processo de profissionalização da festa genuinamente brasileira, cuja tradição já ultrapassou os 100 anos.

“São mais de mil vaquejadas realizadas anualmente no país, o que reforça a importância de nossa proposição. Segundo a Associação Brasileira de Vaquejada, tem-se uma média de dezenove eventos por semana, com dezenas deles reunindo premiação superior a cem mil reais, fazendo circular cerca de meio bilhão de reais por ano e gerando cerca de cem mil empregos diretos, além de outros quinhentos mil indiretos”, destaca Dudu Hollanda.

O projeto de autoria do deputado estadual também traz números relativos ao mercado de cavalos, bem como à maneira com a qual os animais são tratados. “São aproximadamente seis milhões de pessoas que frequentam vaquejadas no Brasil, sendo que este público é o maior consumidor de cavalo da raça quarto de milha, a mais usada nestes eventos, em todo o país”, reforça o também 4º secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

Tais cavalos, explica Dudu, são comercializados por centenas de milhares de reais, recebendo, por isso, um tratamento mais que especial. Apaixonado pelo esporte, o parlamentar lembra ainda que o mesmo privilégio também é dispensado aos bois utilizados numa vaquejada. “Todos eles também devem ser muito bem tratados. Daí surge a necessidade de um acompanhamento por profissional especializado, já que a boiada precisa estar saudável para depois seguir aos frigoríficos e nos servir de alimento”, explica Dudu, reportando-se ainda à série de regras que circundam a atividade.

“As normas proíbem o uso de qualquer instrumento que possa ferir os animais. Portanto, com a regularização do esporte, buscamos fazer com que tais regras prevaleçam em todos os eventos dessa natureza”, salienta Dudu Hollanda, que lembra ainda a necessidade da presença de ambulância e clínico geral, garantindo que o boi não é maltratado ao cair na pista de vaquejada, ‘assim como ocorre nos rodeios, que surgiram ainda no velho oeste da América do Norte’.

“O impacto da queda é amortecido, já que a pista é forrada com, no mínimo, 50 cm de areia. Vale lembrar ainda que o vaqueiro também pode cair nesta mesma pista, e que cada boi só corre uma única vez, a fim de não desgastá-lo”, esclarece o deputado, citando a importância da criação da Lei Pelé, que resultou no reconhecimento da vaquejada como esporte, além da lei – em vigor desde abril de 2001 – que equiparou o peão de boiadeiro à atleta profissional.

Na vaquejada – um dos esportes mais populares da região Nordeste –, o objetivo da disputa é alinhar o boi no local demarcado na arena por duas faixas, que estão a 10 metros uma da outra, entre as quais dois vaqueiros a cavalo devem derrubar um boi, puxando-o pelo rabo. As duplas se dividem entre puxador, que tem a função de alinhar o boi pelo rabo, e bate-esteira, que faz o serviço de apoio, alinhando o boi na pista e muitas vezes impedindo que o mesmo caia fora da área demarcada.